domingo, 21 de junho de 2015

Regas e limpezas


Hoje, já se regou uma parte das últimas cebolas plantadas. A parte que não foi regada encontra-se numa zona mais húmida (diz-se mais "fresca") que, por outro lado, não é tão apropriada para elas.


A plantação foi feita com o resto do canteiro, aproveitando a quase totalidade das plantas, mesmo as de pequenas dimensões. Mas a experiência está a mostrar que, para melhores resultados, convém que os exemplares plantados sejam relativamente encorpados, porque só assim resistem bem ao manuseamento posterior da terra durante as mondas, sachas e regas. Além disso, as plantas muito pequenas são facilmente abafadas pelas ervas que vão aparecendo. Em todo o caso, a plantação mantém-se, até ver. Mesmo que as cebolas, no final, sejam pequenas, era esse mesmo o objectivo!

Regaram-se também os feijões junto ao ribeiro (nos últimos dias, colocaram-se canas nas filas dos que são de trepar. Notei que alguns feijoeiros, dos rasteiros apenas, têm as folhas inferiores doentes. Possibilidade de míldio?

Aguaram-se as covas de melancias, porque a terra seca muito rapidamente, o que retarda ou impede mesmo a germinação das sementes.

Com a água existente no açude, regou-se parte do "ferrejo de milho" da horta de baixo. A rega continuará amanhã, quando houver água outra vez.


 As plumeiras
Continuou-se a limpeza do ribeiro, para impedir a acumulação de excesso de vegetação e a propagação de ramos e raízes que atravessem a linha de água, com grande perigo de obstrução. Mantém-se o problema das cortaderia selloana (plumeiras) na outra margem. Deve haver poucas plantas com que seja tão difícil lidar para as controlar ou eliminar. Uma vez desenvolvidas, não há ferramenta que entre com elas. Nem mesmo o fogo resulta convenientemente, além de estar absolutamente fora de questão usá-lo, tanto por estar proibido nesta época como pelo evidente risco de propagação de incêndio incontrolável, porque estão no meio de um matagal de grandes dimensões, essencialmente constituído por silvas, mas também por robinia pseudoacacia — outra espécie proibida plantada pelo anterior dono daquele terreno — sabugueiros e até mesmo videiras selvagens (e até por se encontrarem na margem oposta, confinante com terrenos de outros).  Experiências anteriores (em estações mais húmidas) mostram que elas ardem por fora mas ficam intactas por dentro e voltam a ganhar rebentos mais tarde. De qualquer forma, quem teria de fazer a limpeza seria o dono do terreno contíguo, o que não faz, por estar ausente e possivelmente por não lhe interessar fazer despesas numa propriedade que herdou mas que não lhe rende nada (não tem ali mais que umas oliveiras e, recentemente, emprestou o terreno para pasto de ovelhas, possivelmente sem qualquer compensação). Ele é alheio à colocação daquelas espécies invasoras, porque na altura ainda não era dono do terreno, mas supõe-se que deve ser responsável pela sua permanência. No entanto, como não há interesse em criar conflitos, vai-se limpando o que está a mais… e a vida continua.

Numa pesquisa na net sobre a cortaderia selloana (que por aqui é conhecida como "palha-carga", vá-se lá saber porquê) fico a saber que ela tem tendência para rebentar vigorosamente depois dos incêndios, o que exclui, portanto — e para além das razões já apresentadas —, o uso do fogo  como método de eliminação. Alguém vai ter de gastar uns cobres na aquisição do herbicida… 


Início


Inicia-se hoje este registo, que já devia ter tido início há imenso tempo.
Mas mais vale tarde que nunca…
Era para ser um registo pessoal, guardado em ficheiros no computador. Mas pode ser guardado aqui também, sem qualquer prejuízo. Não tem a pretensão de ensinar nada a ninguém (muito pelo contrário, ensinamentos e conselhos serão bem-vindos, porque deste lado temos tudo a aprender).

DIÁRIO DA HORTA

17 de Junho de 2015
 Ontem, dia 17:

Plantaram-se tomates-cereja.


Abriram-se umas valas, regaram-se abundantemente e, de seguida, plantaram-se os exemplares, com o auxílio de um sacho curvo de bico (à falta de melhor designação) semelhante ao da imagem.


Regaram-se os tomateiros existentes, bem como os pimenteiros, as cebolas e a maior parte da horta.

Estão semeadas umas melancias mais tardias, porque no ano passado elas apareceram espontaneamente nesse local (a semente estaria no estrume antes aplicado naquele talhão), produziram bem e eram bastante boas. Na altura em que as comemos (creio que em Outubro), havia já muito que tinham desaparecido as outras.



18 de Junho de 2015

Na horta do açude (aqui dizem "açudessa", pronunciando "acedessa"), estão plantadas couves galegas, que mostram muito bom desenvolvimento. Convém lembrar que a plantação obedeceu a certos cuidados: na terra já preparada (com duas ou mais passagens da fresa, em ocasiões diferentes, para eliminar as ervas), abriram-se umas valas bastante fundas, nas quais se deitou uma boa quantidade de estrume e adubo de fundo com mão generosa. Recobriu-se essa camada com a terra retirada e abriu-se novamente por cima um rego para a plantação. Assim, as raízes das plantas não ficaram logo em contacto directo com o estrume nem, especialmente, com o adubo que, por ser muito abundante, poderia "queimá-las". Esta abundância de fertilizantes requer bastante água.

O terreno é relativamente húmido. Deixou de ser alagado, porque entretanto melhorei a drenagem com uma vala na cabeceira, entre a horta e o açude, limpei o ribeiro limítrofe, "aprofundando-o" até ao seu leito natural e tratei de interceptar um "canal" subterrâneo que trazia água desde o açude, passando por baixo das novas condutas de rega e vinha alagar a horta. Abri uma vala junto à "parede" do açude, coloquei uma boa camada de calhau no fundo, cobri com um plástico e deitei e compactei novamente a terra. A camada de calhau termina no topo da vala de drenagem previamente existente, para a qual escoa as perdas de água do açude. Ratazanas e toupeiras devem ter responsabilidade no aparecimento destes canais. Costumam criar galerias que escoam a água a partir do nível da água existente, o que impede o açude de continuar a encher. A solução consiste em "calcetar" a parede de lodo pelo lado de dentro com calhaus recolhidos nas hortas ou no leito do ribeiro. Se a camada de calhaus embebida no lodo for suficientemente densa, os bichos vão minar para outro lado, porque ali não conseguem passar. 

Nesta  altura, o aporte de água pelo ribeiro é já bastante escasso, deixando adivinhar um resto de verão com escassez ou mesmo seca total. A solução estará nos poços próximos, que dificilmente vão secar, mas o gasto em combustível vai aumentar bastante. Parte das culturas deste ano estão numa zona mais alta, que raramente dispõe de caudal suficiente para uma boa rega. Mesmo assim, com o minúsculo fio de água, o velho tem conseguido regar as melancias, melões, tomateiros e o mais que ali semeou e plantou. Quando não rega, o fio de água é encaminhado para o poço que, assim, fica a transbordar e permite bombear muita água com pouco desnível, diminuindo o gasto em combustível (a moto-bomba é de querosene com arranque a gasolina, mas usamos só gasolina: queima melhor, actualmente é mais barata e o vendedor diz que não causa qualquer dano ao motor). Além de termos o nosso próprio poço, temos oferta para utilizar três outros nas proximidades, caso se verifique necessário.

Hoje mesmo ficou combinado com uma vizinha, que já não pode cultivar a horta, que se semeará ali comida para o gado, ou o que convier, a troco de o terreno não ficar inculto e se lhe regarem as laranjeiras. O mesmo já foi feito para duas outras contíguas, que estavam a ficar incultas. Como são regadas pelo açude, as regas não implicam despesa, o que não é pequena vantagem. Uma delas é usada como horta, tendo ali cebolas, alho-francês, couves, abóboras, pepinos, feijão, melancias. Na outra, foi semeado milho para forragem (ferrejo de milho).

Nas zonas mais elevadas, onde não se justifiquem sementeiras de verão, por causa da despesa da rega, podem mesmo assim semear-se cereais de inverno (aveia) para forragem. Numa delas, instalei umas vedações para poder colocar as cabras a pastar na parte mais elevada, porque tinha bastante erva, mas não se chegou a utilizar assim, por receio de que os animais danificassem as oliveiras.