domingo, 21 de junho de 2015

Início


Inicia-se hoje este registo, que já devia ter tido início há imenso tempo.
Mas mais vale tarde que nunca…
Era para ser um registo pessoal, guardado em ficheiros no computador. Mas pode ser guardado aqui também, sem qualquer prejuízo. Não tem a pretensão de ensinar nada a ninguém (muito pelo contrário, ensinamentos e conselhos serão bem-vindos, porque deste lado temos tudo a aprender).

DIÁRIO DA HORTA

17 de Junho de 2015
 Ontem, dia 17:

Plantaram-se tomates-cereja.


Abriram-se umas valas, regaram-se abundantemente e, de seguida, plantaram-se os exemplares, com o auxílio de um sacho curvo de bico (à falta de melhor designação) semelhante ao da imagem.


Regaram-se os tomateiros existentes, bem como os pimenteiros, as cebolas e a maior parte da horta.

Estão semeadas umas melancias mais tardias, porque no ano passado elas apareceram espontaneamente nesse local (a semente estaria no estrume antes aplicado naquele talhão), produziram bem e eram bastante boas. Na altura em que as comemos (creio que em Outubro), havia já muito que tinham desaparecido as outras.



18 de Junho de 2015

Na horta do açude (aqui dizem "açudessa", pronunciando "acedessa"), estão plantadas couves galegas, que mostram muito bom desenvolvimento. Convém lembrar que a plantação obedeceu a certos cuidados: na terra já preparada (com duas ou mais passagens da fresa, em ocasiões diferentes, para eliminar as ervas), abriram-se umas valas bastante fundas, nas quais se deitou uma boa quantidade de estrume e adubo de fundo com mão generosa. Recobriu-se essa camada com a terra retirada e abriu-se novamente por cima um rego para a plantação. Assim, as raízes das plantas não ficaram logo em contacto directo com o estrume nem, especialmente, com o adubo que, por ser muito abundante, poderia "queimá-las". Esta abundância de fertilizantes requer bastante água.

O terreno é relativamente húmido. Deixou de ser alagado, porque entretanto melhorei a drenagem com uma vala na cabeceira, entre a horta e o açude, limpei o ribeiro limítrofe, "aprofundando-o" até ao seu leito natural e tratei de interceptar um "canal" subterrâneo que trazia água desde o açude, passando por baixo das novas condutas de rega e vinha alagar a horta. Abri uma vala junto à "parede" do açude, coloquei uma boa camada de calhau no fundo, cobri com um plástico e deitei e compactei novamente a terra. A camada de calhau termina no topo da vala de drenagem previamente existente, para a qual escoa as perdas de água do açude. Ratazanas e toupeiras devem ter responsabilidade no aparecimento destes canais. Costumam criar galerias que escoam a água a partir do nível da água existente, o que impede o açude de continuar a encher. A solução consiste em "calcetar" a parede de lodo pelo lado de dentro com calhaus recolhidos nas hortas ou no leito do ribeiro. Se a camada de calhaus embebida no lodo for suficientemente densa, os bichos vão minar para outro lado, porque ali não conseguem passar. 

Nesta  altura, o aporte de água pelo ribeiro é já bastante escasso, deixando adivinhar um resto de verão com escassez ou mesmo seca total. A solução estará nos poços próximos, que dificilmente vão secar, mas o gasto em combustível vai aumentar bastante. Parte das culturas deste ano estão numa zona mais alta, que raramente dispõe de caudal suficiente para uma boa rega. Mesmo assim, com o minúsculo fio de água, o velho tem conseguido regar as melancias, melões, tomateiros e o mais que ali semeou e plantou. Quando não rega, o fio de água é encaminhado para o poço que, assim, fica a transbordar e permite bombear muita água com pouco desnível, diminuindo o gasto em combustível (a moto-bomba é de querosene com arranque a gasolina, mas usamos só gasolina: queima melhor, actualmente é mais barata e o vendedor diz que não causa qualquer dano ao motor). Além de termos o nosso próprio poço, temos oferta para utilizar três outros nas proximidades, caso se verifique necessário.

Hoje mesmo ficou combinado com uma vizinha, que já não pode cultivar a horta, que se semeará ali comida para o gado, ou o que convier, a troco de o terreno não ficar inculto e se lhe regarem as laranjeiras. O mesmo já foi feito para duas outras contíguas, que estavam a ficar incultas. Como são regadas pelo açude, as regas não implicam despesa, o que não é pequena vantagem. Uma delas é usada como horta, tendo ali cebolas, alho-francês, couves, abóboras, pepinos, feijão, melancias. Na outra, foi semeado milho para forragem (ferrejo de milho).

Nas zonas mais elevadas, onde não se justifiquem sementeiras de verão, por causa da despesa da rega, podem mesmo assim semear-se cereais de inverno (aveia) para forragem. Numa delas, instalei umas vedações para poder colocar as cabras a pastar na parte mais elevada, porque tinha bastante erva, mas não se chegou a utilizar assim, por receio de que os animais danificassem as oliveiras.