Inicia-se
hoje este registo, que já devia ter tido início há imenso tempo.
Mas mais vale tarde que nunca…
Mas mais vale tarde que nunca…
Era para ser um registo pessoal, guardado em ficheiros no computador. Mas pode ser guardado aqui também, sem qualquer prejuízo. Não tem a pretensão de ensinar nada a ninguém (muito pelo contrário, ensinamentos e conselhos serão bem-vindos, porque deste lado temos tudo a aprender).
DIÁRIO DA HORTA
17 de Junho de 2015
Ontem, dia 17:
Plantaram-se tomates-cereja.
Plantaram-se tomates-cereja.
Abriram-se umas
valas, regaram-se abundantemente e, de seguida, plantaram-se os exemplares, com
o auxílio de um sacho curvo de bico (à falta de melhor designação) semelhante
ao da imagem.
Regaram-se os
tomateiros existentes, bem como os pimenteiros, as cebolas e a maior parte da
horta.
Estão semeadas umas melancias mais tardias, porque no ano passado elas apareceram espontaneamente nesse local (a semente estaria no estrume antes aplicado naquele talhão), produziram bem e eram bastante boas. Na altura em que as comemos (creio que em Outubro), havia já muito que tinham desaparecido as outras.
Estão semeadas umas melancias mais tardias, porque no ano passado elas apareceram espontaneamente nesse local (a semente estaria no estrume antes aplicado naquele talhão), produziram bem e eram bastante boas. Na altura em que as comemos (creio que em Outubro), havia já muito que tinham desaparecido as outras.
18 de Junho de 2015
Na horta do açude
(aqui dizem "açudessa", pronunciando "acedessa"), estão plantadas couves galegas, que mostram
muito bom desenvolvimento. Convém lembrar que a plantação obedeceu a certos
cuidados: na terra já preparada (com duas ou mais passagens da fresa, em
ocasiões diferentes, para eliminar as ervas), abriram-se umas valas bastante
fundas, nas quais se deitou uma boa quantidade de estrume e adubo de fundo com mão generosa.
Recobriu-se essa camada com a terra retirada e abriu-se novamente por cima um
rego para a plantação. Assim, as raízes das plantas não ficaram
logo em contacto directo com o estrume nem, especialmente, com o adubo que, por
ser muito abundante, poderia "queimá-las". Esta abundância de
fertilizantes requer bastante água.
O terreno é relativamente húmido. Deixou de ser alagado, porque entretanto melhorei a drenagem com uma vala na cabeceira, entre a horta e o açude, limpei o ribeiro limítrofe, "aprofundando-o" até ao seu leito natural e tratei de interceptar um "canal" subterrâneo que trazia água desde o açude, passando por baixo das novas condutas de rega e vinha alagar a horta. Abri uma vala junto à "parede" do açude, coloquei uma boa camada de calhau no fundo, cobri com um plástico e deitei e compactei novamente a terra. A camada de calhau termina no topo da vala de drenagem previamente existente, para a qual escoa as perdas de água do açude. Ratazanas e toupeiras devem ter responsabilidade no aparecimento destes canais. Costumam criar galerias que escoam a água a partir do nível da água existente, o que impede o açude de continuar a encher. A solução consiste em "calcetar" a parede de lodo pelo lado de dentro com calhaus recolhidos nas hortas ou no leito do ribeiro. Se a camada de calhaus embebida no lodo for suficientemente densa, os bichos vão minar para outro lado, porque ali não conseguem passar.
Nesta altura, o aporte de água pelo ribeiro é já
bastante escasso, deixando adivinhar um resto de verão com escassez ou mesmo
seca total. A solução estará nos poços próximos, que dificilmente vão secar,
mas o gasto em combustível vai aumentar bastante. Parte das culturas deste ano
estão numa zona mais alta, que raramente dispõe de caudal suficiente para uma
boa rega. Mesmo assim, com o minúsculo fio de água, o velho tem conseguido
regar as melancias, melões, tomateiros e o mais que ali semeou e plantou.
Quando não rega, o fio de água é encaminhado para o poço que, assim, fica a
transbordar e permite bombear muita água com pouco desnível, diminuindo o gasto
em combustível (a moto-bomba é de querosene com arranque a gasolina, mas usamos
só gasolina: queima melhor, actualmente é mais barata e o vendedor diz que não
causa qualquer dano ao motor). Além de termos o nosso próprio poço, temos
oferta para utilizar três outros nas proximidades, caso se verifique
necessário.
Hoje mesmo ficou
combinado com uma vizinha, que já não pode cultivar a horta, que se semeará ali
comida para o gado, ou o que convier, a troco de o terreno não ficar inculto e
se lhe regarem as laranjeiras. O mesmo já foi feito para duas outras contíguas,
que estavam a ficar incultas. Como são regadas pelo açude, as regas não
implicam despesa, o que não é pequena vantagem. Uma delas é usada como horta,
tendo ali cebolas, alho-francês, couves, abóboras, pepinos, feijão, melancias.
Na outra, foi semeado milho para forragem (ferrejo de milho).
Nas zonas mais
elevadas, onde não se justifiquem sementeiras de verão, por causa da despesa da
rega, podem mesmo assim semear-se cereais de inverno (aveia) para forragem.
Numa delas, instalei umas vedações para poder colocar as cabras a pastar na
parte mais elevada, porque tinha bastante erva, mas não se chegou a utilizar
assim, por receio de que os animais danificassem as oliveiras.